Os primeiros dias do ano tem a energia leve do começar de
novo.
Então vamos lá, sem muitas promessas, porque essas são
fáceis de jogar para debaixo do tapete num ato de auto sabotagem quase imperceptível,
que já sabemos bem como funciona....
Vamos sim começar com uma faxina bem-feita no nosso coração,
expulsando as teias de aranha, para conseguirmos ver melhor o que tem embaixo,
escondido.
Encontrou? Pois é, um monte de coisa entulhada, que não
sabemos mais o que serve e o que não serve. E o pior, não sabemos porque
colocamos essas coisas aí.
Descoberto isso, hora da seleção. Feito aqueles Reality
Shows, sabe? Nos quais os objetos são colocados para fora da casa em duas
pilhas: Pilha 1 – o que deve permanecer; Pilha 2 – o que já não serve mais.
E então, quando o dono da casa pensa que acabou e já se vê guardando
aquela chuteira rasgada com chulé, que “precisa só de uma colinha”, vem o
apresentador e pede para reduzir a pilha 1 à metade, deixando só o essencial.
Tarefinha complicada, hein?
Nesse caso, o do coração, vamos começar pela pilha 2, para
que na hora de selecionar o essencial, nossos olhos estejam muito mais
apurados.
Conforme a pilha 2 se forma, sente-se um cheiro estranho, de
coisa velha, de casa fechada há anos, de coisa estragada. Dá vontade de parar,
de deixar para lá, de ir embora. Porém, não há para onde fugir, pois tudo isso
está dentro de nós. Colocar embaixo do tapete não funciona mais.
Então, só resta pedir forças e insistir, porque já passou do
tempo de tirar tudo que está tomando espaço de impedindo o novo de entrar.
Certo, vamos juntos. Primeiro tirar a poeira, que nos impede de ver o todo.
Tudo certo? Respira. Agora, lá na cozinha do coração, selecione os alimentos. Não
se deixe enganar. Alguns tem a aparência superficial uniforme, mas que já estão
vencidos, e se continuarmos a insistir em ingeri-los, além de não obtermos
nenhuma energia com isso, ainda ficaremos doentes.
Limpemos todas as janelas, principalmente as do passado. Tem
um produto ótimo, uma espécie de água sanitária limpa mágoas, chamada perdão. Tá,
não é tão fácil assim, mas é a única forma.
E seguindo, vamos abrindo as portas dos quartos escuros. Dá
um baita medo, né ? Aí lembramos, que as sombras ou bichos que se encontram
nesses locais, são nossos velhos conhecidos, muitas vezes, criados por nós
mesmos.
É hora de correr para a pilha 1, nos recolhermos na nossa
fé, que é formada por tudo que há de bom em nós. Devemos olhar essa pilha com
atenção. Ver todas as boas lembranças, tudo que nos fez chegar até aqui e ser
quem somos hoje. Todas as boas pessoas. E também aquelas que nos ajudaram a
crescer. Agradeça. Lembre quantos sorrisos genuínos, já te fizeram ter a
certeza de que tudo ficaria bem. Lembre-se também de todas as vezes que foi
extremamente difícil, mas que você conseguiu. Nem sempre como esperado, mas sim,
chegou ao outro lado da margem. Olhe para a arquibancada ao lado, veja a
torcida, dos amigos físicos e extrafísicos e acredite, você pode entrar naquele
quarto, escancarar a janela e banir a escuridão.
Pronto, agora é só colocar os móveis no lugar de novo, regar
as plantas e plantar algumas novas. Tomar posse desse coração lindo e se lançar
em novas descobertas.
Feliz Ano Novo, Feliz Ano Leve!
Imagens: